quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Oceano


Título: Oceano
Autor: Warren Ellis
Arte: Chris Sprouse 
Editora: Panini
Páginas: 160 

Outro HQ que li recentemente foi Oceano do roteirista Warren Ellis. A história futurística narra a descoberta de artefatos não humanos enterrados nas profundezas gélidas dos mares de Europa, uma das luas de Júpiter. O especialista em armas da ONU, Nathan Kane é chamado para investigar o achado. A narrativa quase 'kubrickiana' de Ellis nos apresenta o futuro em um tour espacial  através de grandes corporações aumentando cada vez mais seus impérios, a expansão da humanidade na exploração espacial e a eterna busca por vida fora da Terra. Com certeza não é uma das melhores histórias de Ellis, mas é impossível negar que o cara domina como poucos a arte do suspense e da ficção científica. Vide as fantásticas aventuras da série Planetary, uma das histórias de ficção científica mais interessantes que já li. Isso deve-se, lógico, pelo ótimo texto de Ellis, mas também pelos fenomenais desenhos de John Cassaday, do qual sou fã incondicional. Outro dia posto sobre Planetary. Tubo bem, os desenhos de  Chris Sprouse em Oceano não são um Cassaday, mas funcionam perfeitamente na ambientação. Oceano me lembrou muito a série 'folhetinesca' alemã Perry Rhodan que li há muito tempo. Cheia de críticas e referências políticas. Uma notícia bacana é que Oceano será adaptada para o cinema e inclusive já tem até roteirista. Enquanto o filme não sai, dê uma lida e conheça mais histórias de Warren Ellis.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O Ataque ao Prédio


Ontem assisti ao divertidíssimo Ataque ao Prédio, produção inglesa do diretor Joe Cornish. Segundo o site Omelete esse é o primeiro longa de Cornish que assina o roteiro e a direção. Edgar Wright ficou a cargo da produção. Aliás, vale lembrar que ambos retocaram o roteiro de As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne, como ainda escreveram o Homem-Formiga
A história de uma gangue de jovens delinquentes lutando para defender o bairro de uma invasão alienígena é tão insólita quanto divertida. O roteiro é engraçado, cheio de referências a cultura pop, piadas ácidas e mesmo assim, cheio de alfinetadas sociais. Ataque ao Prédio é a versão hardcore dos Goonies dos anos 80, atualizada e subversiva. Nossos pequenos aventureiros são anti-heróis que fumam, xingam e assaltam. Até uma versão da famigerada gangue mirim Caixa Baixa (Cidade de Deus, 2002) é aspirante a vida de gangster londrina. O simpático elenco é quase todo de rostos desconhecidos. Destaque para o ator John Boyega (Moses) o jovem líder do grupo. O veterano Nick Frost faz uma ponta como traficante da vizinhança.  
Outra razão por essa puxação de sardinha é que o diretor Cornish soube habilmente misturar ação, ficção científica e algo que ultimamente percebo ser uma tendência: filmes jovens com consequência. Explico. Toda ação gera consequência. E embora nosso grupo de anti-heróis se vire muito bem com os problemas, Ataque ao Prédio mostra que existem consequências para aventuras. Após toda a higienização, esvaziamento e infantilização dos filmes para crianças e jovens, algumas produções como Os Incríveis, Como Treinar o Seu Dragão, Super 8, entre outros, mesmo quem em tom ameno, sinalizam consequências para possíveis decisões audaciosas. Longe de uma análise psicológica, acho uma abordagem interessante, uma vez que surge como retomada dos primeiros contos e histórias infantis (Esopo, irmãos Grimm, La Fontaine, Andersen, Perrault, etc). Histórias que não ignoravam o peso das ações de seus protagonistas e por muitas vezes nem as violentas consequências de suas decisões. E por isso mesmo, sempre intrigaram e assustaram as crianças de todas as épocas. Como alerta de situações reais e possibilidades reais (mesmo que em um pano de fundo fantástico e fantasioso). O filme tem produção competente, efeitos especiais bem resolvidos e convincentes (vide a solução simples e eficaz do visual alienígena). Ataque ao Prédio é diversão garantida, dê uma conferida.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As Cicatrizes de David Small



Título: Cicatrizes.
Autor: David Small.
Tradução: Cassius Medauar.
Editora: Leya  /Barba Negra.
Ano: 2010.

Li Cicatrizes do ilustrador David Small durante a viagem de volta de Caldas Novas. Tive um final de semana muito família e divertido. Em Cicatrizes, a história autobiográfica de Small, não é bem assim. O autor apresenta a infância e adolescência cheia de episódios marcados pela amargura de uma família estranha e problemas de saúde. E embora sua história seja dramática, o traço de Small é simples e delicado. O autor ilustra sua infância com passagens lúdicas e poéticas. Uma grata leitura no fim de tarde. David Small é ilustrador infantil, tem 65 anos e já foi indicado a diversos prêmios pelo seu trabalho como ilustrador. Reserve um tempo para conhecer a história de David Small.  

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A Hora do Espanto


Título original: A Hora do Espanto(Fright Night).
Lançamento: EUA, 2011. 
Direção: Craig Gillespie.
Duração: 120 min.


Ontem a noite tive um verdadeiro revival assistindo o remake de A Hora do Espanto (2011). O momento 'blockbuster' me relembrou a história 'sessão da tarde' (1985) do adolescente que vive com a mãe e desconfia que seu vizinho é um vampiro. Nessa versão, o 'adola' é interpretado pelo jovem ator Anton Yelchin (na nova versão de J. J. Abrams para Star Trek) e Colin Farrell faz o papel do vizinho vampiro. O barato foi perceber que, mesmo com a modernização de alguns aspectos, o diretor manteve basicamente a mesma estrutura de narrativa e personagens. Até o visual e maquiagem da 'bocarra' da namorada de Yelchin foi mantido. O que para este cinéfilo foi reminiscência pura. Tudo bem, três estrelas de cinco talvez, mas confesso, foi divertido.

          Ok essa imagem é do filme original de 1985.
    

Só a Leitura Salva!




Em tempos de intolerância religiosa, excesso de informação, falta de senso crítico e a própria falta de leitura, o manifesto a favor da literatura da produtora Pele de Cordeiro é inspirador. Roteiro de Aline Valek, fotografia e edição de Marcos Felipe e ilustração de Douglas Reis. Trabalho bonito e extremamente relevante. Multiplique essa idéia.